quinta-feira, 30 de setembro de 2010

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Café Preto

Café bom é café brasileiro.
Assim como o negro
que aqui veio plantar.

Nessa terra em que as coisas
transformam-se.
Grão em pó,
Homem em escravo.

Nessa terra
em que após transformadas,
elas simplesmente
desistem de mudar.

domingo, 26 de setembro de 2010

Mais um cigarro

Ele soltava a fumaça
como quem solta a alma.
"Mais um cigarro, por favor,
ele me acalma".
E talvez nem fosse calma
o que procurava,
mas era o que encontrava
quando soltava fumaça.

Um pulmão preto,
uma mão preta
e uma alma pouco a pouco cinza.
Cinza de fumaça.

O Curinga

Dedico ao bom poeta Peagá.



Uma era todas.
E por ser todas
entendia exatamente como eram.
E por ser uma,
todas desentendiam.


Se eu jogasse cartas,
certamente esperaria o Curinga.


Mas como sou carta também,
simplesmente não entendo.
E acho esse tal Curinga
muito sabichão!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Jogo de Cartas

De ás a rei.
Essa é a ordem,
mas não sei
se não é também
desordem.

De lá pra cá,
de cá pra lá.
Em qualquer ponta começa,
o jogo guarda
um lugar para cada peça.
E sem cada uma jogo não se faz.

Então se é de ás ao rei,
ou de rei ao ás,
não sei... Tanto faz!