segunda-feira, 17 de maio de 2010

Um poeta sozinho

Sou poeta porque sou sozinho,
se eu tivesse muitos amigos,
colegas ou vizinhos...

Não escreveria meus lamentos,
mas os diria em alto e bom som
aos quatro ventos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Raízes aéreas

Reconhecem-se.
Aqui, as pessoas reconhecem umas as outras.
Dizem oi, sorriem,
e depois dizem adeus.
E nessa relação sem raízes
elas se firmam.
Ah! Foi-se o tempo em que as pessoas conheciam...
Foi-se o tempo em que as raízes não eram aéreas!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Há dois anos...

Essa presença espiritual não satisfaz,
Quero mais,
Quero completo.
Tudo aqui é tão incerto,
só sua ausência é certa.
Certa e dura como a realidade.

Descanso

Subiu.
Cansou.
Sentou para descansar
e descansou para sempre!

domingo, 18 de abril de 2010

Sombra das sobras

Ao meu amigo Edu.

Alegrou-se com a alegria dos outros.
Buscou lugares cheios, porque estava sempre vazio.
Procurou fora o que faltava dentro.
Faltava tanto... sobrava tão pouco!
Se sobrasse...

domingo, 11 de abril de 2010

Submerso

Buscou a superfície...
Decidiu-se por ficar só na parte de cima.
Mas na superfície o vazio é tão grande,
que ela preferiu submergir e deixar-se esquecer.
Sem que pudesse esquecer as suas dores.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Vivendo

O tempo cura,
mas se encarrega de trazer novas dores.
Porque a vida é essa superação
chata de cada dia.